Castelo de ilusão

– Acorde minha rainha, o sol já raiou em sua homenagem, os pássaros estão à janela comunicando o seu despertar e o vento já sopra lentamente desejando-lhe bom dia.

– Ah querido, obrigado! Que brisa gostosa!

– Morar próximo às águas correntes tem suas vantagens. Espere, vou ajudar-lhe, isso de pé, apoie-se em mim, isso, agora você já sabe, coloque sua mão em meus ombros e eu te conduzo até ao banheiro.

– Paiê, não é boa ideia entrar aí não, entupiu de novo.

– É só um pequeno contratempo, resolverei rapidamente. Disse o homem engolindo em seco.

– Pai, porque você não dá um penico a ela e joga depois tudo no córrego lá fora? Sussurrou o menino.

– Ei, só não enxergo, mas ouço que é uma beleza ouviu, engraçadinho? Advertiu a mulher.

– Querida, ignore-o, perdoe o príncipe. Ele não sabe o que diz. Vamos voltar ao quarto, enquanto o serviçal real resolve tudo, será rápido.

Após conduzir a mulher ao quarto e resolver o contratempo, como ele assim denominara, o entupimento excremental, conduziu a mulher ao banheiro, preparou-lhe um banho de banheira e foi preparar-lhe o café. Depois, chamou seu filho até à única janela do barraco para não ter risco do som ecoar pelo imóvel e lhe disse:

– Filho, sei que é difícil, mas precisamos continuar, sua mãe precisa disso, o doutor disse que para o bem dela, devíamos nos esforçar, não será sempre assim, haverá dias de lucidez, outros nem tanto, pode me ajudar?

Assentiu o filho, concordando.

– Querida, irei à caça com os súditos e logo mais estarei de volta.

– Filhão, sirva o café à sua mãe e faça o dever, eu vou descer o morro para vender água e refrigerante no farol, mas até a hora de você ir à aula estarei de volta, cuide de sua mãe por favor, te amo. Disse baixinho à porta da casa, despedindo-se com uma imensa e pesada caixa de isopor às costas.